21 setembro 2009

Especial na Bienal

Caros amigos e caros leitores, esse ano parece estar com tudo. Pelo menos, até agora, cada texto meu enviado foi publicado. E o mesmo vale para um conto fantástico que enviei para a Editora All Print, tão em cima da hora que o prazo já havia terminado e o volume já parecia fechado. Mas em conversas com o atendimento da editora, consegui que tal conto fizesse parte do livro "Antologia de poesias, contos e crônicas - Especial da XVI Bienal do Livro do Rio", que saiu ontem, no estande da All Print, ao final da tarde, durante o encerramento da Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Não pude estar presente, mas minha cota já está em mãos, com obras de autores novatos e veteranos do país todo.

E sobre o que trata tal conto? Bem, o tema da antologia era "livros", portanto, escolhi uma obra minha que trata sobre a escrita de um conto fantástico, tendo como motivador a própria literatura fantástica. Em referências a Jorge Luis Borges, literatura chinesa, literatura árabe e, especialmente, a literatura fantástica japonesa, descrevo processo de escrita do próprio conto, com uma idéia surgindo, literalmente, na minha porta, enquanto estudava sobre o tema. A idéia básica do conto é, portanto, a falta de idéias para um conto e como essa falta de idéias se torna o próprio conto.

Talvez, o fator mais interessante da obra seja o f ato de ele ter marcado um importante evento na minha vida: esse conto é uma volta minha para a escrita. Eu o escrevi há 4 anos atrás, depois de um longo período sem ter escrito nenhum conto e nenhum capítulo, apenas alguns versos livres e brancos, esparsos em páginas de cadernos. É um conto que marca o fim de um período de letras surreais e o início de um desejo e um esforço sincero de me tornar escritor.

Àqueles que o leram, deram-me um retorno positivo e ansioso. E, como não poderia deixar de ser, o nome do conto é "Um conto fantástico"!

18 setembro 2009

Um conto em uma antologia de contos fantásticos brasileiros



Há uma história que minha vó conta, e ela jamais mentiria. Também há uma história que meu avô contava, e ele tinha várias histórias para contar e vários motivos, também, para contá-las. Também há mais duas histórias, todas dentro da mesma família, a família da minha mãe. Nada mais lógico do que uni-las, não é? Afinal, todas essas histórias poderiam estar falando da mesma coisa.

Passei a acreditar que todas essas histórias, na verdade, fossem uma só, como se fossem parte de uma história maior: lobisomens! Figura comum em folclore do mundo todo, mesmo onde não existem lobos (no Brasil, o lobisomem se encontra nos causos caipiras, essencialmente, mas aqui só temos lobos-guará, que não são lobos). O lobo-mau dos contos de fadas e fábulas, os berserkers germânicos e por aí vai, todos são facetas do lobo devorador do sol (segundo uma conhecida e medieval figura alquímica). Tal qual a sereia (que um dia virará outro conto meu), o lobisomem precisava de minhas letras.

Talvez, então, o conto "História de família", não seja a visão que gostaria de passar de lobisomens, mas é a visão que eu tive. A figura do homem lutando contra a natureza, do homem deixando de lado sua racionalidade social e se unindo a natureza... Nada disso há no meu conto. E, por alguma razão, quando a revisora e escritora Helena Gomes estava preparando material para a antologia "Marcas na parede" (da Editora Andross), encontrou meu conto perdido entre tantos outros e sugeriu que ele fizese parte de outra antologia, o "Dimensões.BR" (que conta com participação da prolífica e famosa escritora e roteirista Rosana Rios, bem como um prefácio de um dos melhores autores de ficção científca brasileira, o Roberto de Souza Causo).

O mais curioso de toda a história, mais até do que o conto, é que eu nunca mandei nenhum conto para a antologia "Marcas na parede". Como meu conto foi parar lá, então? Simples, mas fantástico! "História de família" (na verdade, um presente de aniversário apra minha esposa) foi o primeiro conto que mandei apra uma antologia, mandei-o há um ano e meio atrás para uma outra antologia chamada "Caminhos do medo" (organizada pelo editor Edson Rossato, e contando com a participação dos editores Danny Marks e Ricardo Delfin, do "Dias contados").

Na época, meu conto não foi aprovado, mas foi encaminhado para outra antologia. Depois disso, amndei mais dois contos e foram aprovados. Entretanto, agora, no dia 3 de outubro, às 15:00, na Biblioteca Viriato Corrêa, em São Paulo, depois da palestra da Helena e do Roberto, depois da leitura dramática de alguns contos pela atriz Cristian Gimenez, o livro "Dimensões.BR" será lançado, com 55 contos fantásticos passados no Brasil, escritos por brasileiros novatos. E uma capa maravilhosa.

Eu estarei lá, autografando, rindo, tremendo e bebendo. Quem quiser comparecer e adquirir um volume, terá toda a gratidão de minha família. Depois, estarei aqui, relatando o ocorrido.