06 agosto 2009

Evento de lançamento: "Dias contados".


Dia primeiro de agosto desse ano foi um sábado onde se deu início ao mês do cachorro louco e as celebrações pagãs de Lughnassad, de acordo com o calendário do Hemisfério Norte. Mais do que isso, foi o dia que reuniu as pessoas que amo e com quem convivo em um evento importante para mim (o primeiro de muitos). E lá vem outro post biográfico e melodramático...

Aconteceu na Biblioteca Temática de Literatura Fantástica Viriato Correia. O espeaço que leva o nome do escritor infanto-juvenil e jornalista brasileiro de meados do século XX, abriga mais de 43.000 títulos de autores em literatura de fantasia, horror, ficção científica e infantil, além de uma série de eventos envolvendo contações de histórias, exibições de filmes, exposições de arte, palestras e RPGs.

Foi nesse referido lugar e nessa referida data que, a partir das 15:00 deu-se início a cerimônia. Obviamente, devido a minha ansiedade em não desperdiçar tempo, chegamos bem antes na Vila Mariana, em São Paulo, capital. Pude assim ver a pilha de livros que continham meus contos e conhecer pessoalmente (fisicamente, visualmente, sonoramente) um dos organizadores do livro: Danny Marks (a quem já me referi, informando que seu livro, inclusive, é lançado no dia 8 de agosto em Santos).

Feitas as apresentações e retirados meus mamteriais (pasta, crachá, contrato, cópias dos livros, etc...) começou o evento. Primeiro, autores, editores e convidados se reuniram no auditório para assistir uma palestra sobre o fim do mundo (com o especialista em ocultismo, sociedades secretas e história medieval Sérgio Couto), com direito a perguntas sobre a produção do livro. Seguida da palestra, por volta das 16:00, a atriz Cristiana Gimenez fez a leitura dramática de 6 contos do livro (o livro realmente tem alguns contos e alguns autores excelentes, mas ninguém acaba o mundo citando Cthulhu). Acabado esse momento, veio o pior momento...

25 dos 48 autores estavam presentes, e todos foram convocados a subir no palco para serem fotografados e aplaudidos. Foi aí que pensei que talvez eu não queira ser tão famoso: Sessão de fotos me deixou mais envergonhado do que nascer! Depois disso, com aquela multidão de gente se espremendo entre mesas e vinhos, arrumei um tempo e lugar para fumar (quem ler meu conto"Sete minutos" entenderá melhor o porquê de eu ter citado cigarros nesse post e no anterior). Acabado o cigarro, respirei fundo e entrei de volta no salão da biblioteca.

Era hora de achar meus convidados, meu copo e um lugar. Tirei minha caneta do bolso e comecei a dar autógrafos. Autografei livro de parentes, livro de amigos e, claro, livro de autores (e eles autografaram o meu, também). Porém, os autores também tinham seus convidados e alguns desses convidados, por educação, por real interesse ou por esperança no futuro, foram coletar os autógrafos de todos os autores. E foi assim que surgiu uma menina na minha frente, desconhecid até então. Ela me entregou o livro e disse algo relativo a autografar. Perguntei quem ela era e me respondeu com um nome de ninfa grega (verdade!). Então, sorri, abaixei meus olhos e perguntei o que é que eu devia fazer. Ela me disse para autografar para ela. Tremi, mas fiz.

A experiência é ótima, mas é muito estranha. E sabe o que é mais estranho? E que por melhor que tenha sido e por mais que eu tenha gostada, fiquei e saí de lá, o tempo todo, com a sensação de que não podia ser diferente. A ordem natural das coisas em minha vida, o equilíbrio a que busco e a que vim, é esse: ser autor, publicar meus escritos e ainda encontrar tempo e espaço o suficientes para mostrar toda a minha arrogância ao dizer isso.